É "urgente" acordo sobre mecanismo de supervisão bancária
Intervindo no debate entre os ministros das Finanças da UE na reunião Ecofin de hoje, que viria a terminar sem um acordo, Vítor Gaspar defendeu que "obviamente esta questão é urgente", Portugal está comprometido em contribuir para "encontrar uma solução antes do final do ano", e que se não fosse possível concluir o processo negocial hoje, os 27 deveriam "estar prontos a reunir-se tantas vezes quanto necessárias, até alcançar um compromisso".
"Não devemos perder noção da razão por que é urgente (chegar a um acordo). Porque queremos separar o risco soberano do risco bancário, e isso é chave para conter os riscos sistémicos na zona euro e evitar possibilidades catastróficas. Se isto não é urgente, nada é", afirmou Gaspar, dirigindo-se aos seus homólogos.
Os ministros das Finanças da União Europeia, reunidos hoje em Bruxelas, falharam um acordo sobre o mecanismo único de supervisão bancária e agendaram para 12 de dezembro uma nova reunião sobre o tema.
"Tivemos uma troca de pontos de vista muito interessante. Penso que nos aproximamos de um acordo", afirmou o ministro das Finanças de Chipre, Vassos Shiarly, país que assume atualmente a presidência da UE, depois de os ministros das Finanças dos 27 terem estado cerca de quatro horas a discutir o tema.
No entanto, acrescentou, "há alguns temas que ainda continuam a precisar de algum trabalho", nomeadamente "afinar" a distinção entre a função de supervisão e a função de política monetária no seio do Banco Central Europeu (BCE).
Vassos Shiarly afirmou que ainda acredita que seja possível alcançar um acordo antes da cimeira europeia agendada para 13 e 14 de dezembro, em Bruxelas.
Os chefes de Estado e de Governo, numa cimeira realizada em outubro, apontaram 01 de janeiro de 2013 como a meta para a entrada em vigor do novo mecanismo único de supervisão bancária.
De acordo com a proposta apresentada em setembro passado pela "Comissão Barroso", o BCE será a instituição responsável pela supervisão do sistema bancário da zona euro, que Bruxelas considera um elemento-chave da nova arquitetura para uma "união bancária".
O novo mecanismo comum de supervisão deverá abranger todos os bancos da zona euro, cerca de 6.000, mas países que não façam parte da moeda única podem também aderir, se assim o desejarem.